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O que faço com minhas DORES?

Photo by Michael Held on Unsplash

Estou sofrendo, e isso dói. Experimento olhar para a dor, mas não consigo. Ela é grande demais. Escolho não olhar e sigo minha vida, mas essa decisão gera consequências. Por vezes me corto, preciso fugir da dor de alguma maneira: bebida, drogas, excesso de trabalho ou internet. Então alguém me diz: “se a dor apareceu, é porque ela quer ser curada. Ela quer te ensinar algo.” Tomo coragem e busco ajuda terapêutica. Ao olhar para minha dor, encontro um grande vazio. Dou um passo atrás e amplio minha visão. O que está por trás desse vazio? Tenho medo que meu pai morra? Saudades de um irmão gêmeo que não nasceu? Atitudes compulsivas e até impulsos assassinos?

Dou um passo atrás e amplio ainda mais meu olhar. O que está por trás de tudo isso? Essa dor não é só minha. Trago DORES de meus antepassados. Repito comportamentos destrutivos através de LEALDADES INCONSCIENTES dentro da família. Como evitar a repetição desses padrões negativos? Preciso olhar para as dores do ancestral a quem estou conectado, mas necessito reconhecer sua grandeza. Isso costuma ser difícil. O bisavô alcoólatra, o avô abusador, o pai desempregado, o irmão gêmeo que não nasceu, todos cumpriram sua missão. Se estou vivo, é graças a cada um deles.

O que faço com minhas DORES? Existem alternativas. Posso repetir o padrão e me tornar alcoólatra, assassino ou um desocupado. Tudo isso faço por um AMOR CEGO. Posso fazer diferente, a partir de um AMOR QUE VÊ, e assim homenagear os que vieram antes de mim.

Hellinger afirmava que os mortos permanecem presentes, mas de uma maneira diferente. Se isso é verdade, como meus antepassados se sentem diante da minha escolha? Eles se alegram quando, apesar de seus destinos difíceis, são reconhecidos como parte da família. Ficam felizes se o padrão negativo não se repete. Talvez com isso eles possam seguir sua viagem. Talvez aguardem ansiosos pela liberação.

Mas a mudança de padrão não é nada fácil. É mais confortável permanecer como vítima. Não preciso fazer nada e ainda consigo a solidariedade de muitos. No caminho mais difícil, preciso tomar ações. Me recuso a ser vítima e paro de acusar quem quer que seja. Decido que a mudança só depende de mim e me responsabilizo por meu próprio futuro. Sigo meu coração, mas a AUTO RESPONSABILIDADE custa caro. Nem sempre terei apoio da família. Muitos optaram por se manterem vítimas. Ser diferente gera culpa e consciência pesada. Ainda sim, banco a escolha do caminho difícil. As Constelações Familiares me oferecem sugestões. 

1) Olhar para minhas dores e identificar o ancestral a quem estou vinculado pela dor; 2) Agradecer a ele minha HERANÇA (vida, dons, dores e traumas) e prestar-lhe homenagem; 3) Dar a ele um lugar no meu coração e pedir sua benção para fazer diferente; 4) Me despedir e me afastar em direção ao futuro, sentindo pelas costas sua força; 5) Seguir meu caminho devagar, ampliando a cada passo minha visão. 

Talvez num certo momento eu perceba o PARA QUÊ daquela dor. Talvez eu conclua que o SENTIDO DA MINHA EXISTÊNCIA seja justamente desfazer dores e emaranhamentos que recebi como herança. TALVEZ…

Rinaldo Almeida

Dia Mundial da Água -Água, nós te amamos, nós agradecemos, nós te respeitamos.

Água, nós te amamos, nós agradecemos, nós te respeitamos. Assim o povo da
Tradição honra todas as águas. Por que águas, no plural? Porque, tal qual o planeta que
chamamos Terra, somos a maior parte água. Não suportamos viver sem água. Água é um
bem tão essencial que a consideramos um dom divino.


Quantas pessoas em nosso planeta sofrem com a falta de água boa? Por quê? Porque
água foi transformada em mercadoria, e privatizada, confere um grande poder para seus
donos. Por acreditarmos que água boa é um dom divino, tem direito a ela todos os seres
que na Terra vivem.


Temos dificuldade em cuidar tanto das águas internas como das externas. Nos nutrimos
com venenos e poluímos rios e mares. Não choramos, tememos expressar nossas
emoções, e assim as águas dos sentimentos deixam de fluir espontaneamente e ficam
bloqueadas, juntando traumas e dores.


Limpar sentimentos é parte significativa da cura para diversas doenças. Tratar a água
residual e poluída é parte significativa da cura do planeta e da nossa sobrevivência. É
preciso investimento para isso, existem impostos para isso, mas algo é fato; para que que
cumpra o ciclo da água como dom divino e direito de todos os seres, ela precisa ser
gratuita.


Nós, do Centro Nowa Cumig de Tradições Nativas do Rio de Janeiro, temos nossa atenção voltada para as águas, tanto as internas quanto as externas.

Buscando honrar nosso amor pelas águas, criamos cursos, vivência e rituais que possibilitem o autoconhecimento e a cura, e também participamos de reuniões para criação da REDA (Rede Ecumênica da Água), na qual um grupo formado por membros da sociedade civil e religiosas tem como objetivo
tornar visíveis e apoiar ações concretas pela manutenção do acesso a água boa para todos
os seres da Terra.

Acreditamos que fazemos parte de um todo, e se cada um se auto cuidar e cuidar do seu
entorno podemos tornar esse mundo muito melhor. E aqui rezamos pelas suas águas e
juntos esperamos rezar e agir pelas águas do planeta, as quais nós amamos, agradecemos
e respeitamos.

Cláudia Lobo

Dia Mundial da Água – Um apelo de conscientização: Precisamos cuidar de nossa água, ela é um recurso natural e em escassez!

Um apelo de conscientização!

Precisamos cuidar de nossa água! Ela é um recurso natural e em escassez!

A comemoração do dia Mundial da água no dia 22 de março foi criada em 2004 pela ONU pela preocupação com a escassez de água doce no planeta e como forma de chamar a atenção para a necessidade de evitar uma catástrofe com sua ausência.

Apesar de 75% da superfície de nosso planeta ser coberta por água, apenas pouco mais de 3% desse total representa água doce, o restante é água de mares e oceanos, imprópria para consumo. Dos 3% de água doce existente no planeta, apenas 1/3 deste valor está acessível nos rios, lagos, lençóis freáticos superficiais e atmosfera. O restante está concentrado nas geleiras, calotas polares e lençóis freáticos profundos.

A quantidade de água doce produzida naturalmente praticamente é a mesma de 1950 e basicamente deverá permanecer inalterada até 2050. No entanto a quantidade de habitantes no planeta triplicou desde 1950 e chegará a 11 bilhões de pessoas até 2100, de acordo com dados da ONU.

E é por isso que a água é uma preocupação mundial. Por isso devemos ter cuidado com as nascentes, rios e lagos. Por isso é preciso cuidar do consumo de água, estudar possibilidades de reaproveitamento. A água que temos disponível já é escassa, e a tendência é diminuir cada vez mais. Estamos perdendo água doce com o avanço do derretimento de calotas polares e das geleiras cada vez mais. Desde 1961 já perdemos 9,6 trilhões de gelo glacial. E das geleiras que restam a previsão é que se perca ainda mais de 1/3 até 2100.

São números que assustam, pensando que temos uma média de 7,7 bilhões de pessoas no mundo, atualmente, e a ONU estima que em 2100 podemos chegar a 11 bilhões. Os números não batem em proporção de pessoas para a quantidade de água que teremos disponível para consumo daqui há alguns poucos anos. De acordo com dados da ONU, em 2025, 3 bilhões de pessoas sofrerão com a escassez de água no planeta.

Então, pensando no melhor cenário até 2100, não teremos água suficiente de consumo para mais da metade da população da Terra, além de outros problemas naturais e ecológicos que são acarretados por esta escassez como diminuição da cadeia produtiva de alimentos, fim de ecossistemas e doenças por exemplo.

E apesar de toda a mobilização que a ONU tem realizado para ações conjuntas entre diversos países, a verdade é que ainda é muito pouco perto da grandeza de escassez que já enfrentamos.

De acordo com o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos de 2019, a agricultura é responsável por 69% de consumo da água em todo o mundo, a indústria responde por 19% e as residências particulares representam 12% deste consumo.

E talvez estes números possam fazer você pensar que o seu consumo não representa tanto assim para a diminuição da quantidade de água disponível. Mas pense o seguinte, que se você em sua casa, com mais 2 pessoas, utilizando e desperdiçando água, e mais 50 famílias que pensem da mesma maneira. Então todos estão sendo responsáveis pelo mal uso da água

disponível, junto com as indústrias e empresas de agricultura. E isso em proporções maiores estão levando a um desgaste hídrico prejudicial ao planeta.

É claro que se apenas você economizar ou evitar um desperdício maior, representa uma parcela quase que insignificante para uma questão mundial, mas é uma questão de conscientização de todos, desde você na sua casa até os diretores e CEOs das grandes empresas de agronegócios e indústrias realizarem ações que podem evitar um desgaste hídrico maior para amenizar os problemas que já enfrentamos com a falta de água no planeta. É uma questão de sobrevivência para nós e para o planeta.

Para saber mais sobre estas e outras questões hídricas do planeta, você pode consultar a página da ONU:

https://news.un.org/pt/tags/agua

Bianca Vargas Tolomei